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Arquitetos: EovaStudio
- Área: 3200 m²
- Ano: 2019
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Fabricantes: Adobe Systems Incorporated, Andreu Barberá, Assa Abloy, AutoDesk, Incoperfil, Macalloy, Trimble Navigation
Descrição enviada pela equipe de projeto. Na margem direita da foz do Rio Tinto, numa planície adjacente aos pântanos de Nicoba, encontra-se o maior parque industrial da província de Huelva, Espanha. Na sua entrada, em uma área de fronteira entre a urbanização e o vazio, a fabricante sueca de caminhões Scania decidiu implantar suas novas instalações.
A principal qualidade desta localização foi a de ter uma ligação direta com as diferentes infraestruturas que a circundam, oferecendo o desafio de enfrentar uma exposição visual completa, onde a arquitetura se torna um elemento publicitário e também um invólucro funcional.
O programa solicitado era simples, mas com condições opostas. Por um lado, um grande espaço diáfano, horizontal e iluminado para o teste dos caminhões. Do outro, uma área expositiva e comercial de vários níveis com necessidades de luz natural para as unidades administrativas.
A exigência de criar um edifício com caráter dominante no ambiente nos leva a englobar as diferentes partes do programa em um único volume, com um único material, confiando que esta decisão ajudará a preencher as lacunas que um programa relativamente pequeno gerou. Desta forma, o acentuado desnível do terreno pretende ser aproveitado a favor destes interesses, criando uma grande esplanada à frente da zona de acesso, recuando a posição do muro de contenção e também sobrepondo o programa verticalmente na ponta do edifício, tudo para aumentar a altura do volume de 10 metros na área posterior para quase 20 metros no canto oeste principal.
Este conjunto de necessidades volumétricas resolve-se através de uma operação formal simples, uma inclinação ou abatimento das fachadas até atingir quase os 45º, num gesto que começa contínuo e simétrico e depois se adapta às condições específicas de cada orientação, prolongando e expandindo os limiares de acesso sem mais mecanismos do que os próprios planos de fachada.
Para tal, optou-se por utilizar um sistema estrutural de vigas e pilares atirantados e pós-tensionados, um esquema híbrido que enrijece a estrutura até que não necessite de mais elementos de contraventamento do que os caixilhos principais do edifício. Utilizou-se também um sistema construtivo direto e preciso de revestimentos metálicos de junta seca, materiais pertencentes à retórica industrial mas também ao mundo dos motores, procurando um diálogo natural com os verdadeiros usuários do edifício.